Produção industrial do ES cresce 3% no semestre e lidera ranking
Em junho de 2025, o Estado apresentou o maior crescimento da produção industrial do país em relação ao mesmo mês de 2024.
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A produção industrial do Espírito Santo cresceu 3% no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), do IBGE, divulgada nesta sexta-feira (8). O resultado foi impulsionado pela indústria extrativa, que avançou 4,3%, e pela indústria de transformação, que registrou crescimento de 0,5%. Os dados foram compilados pelo Observatório Findes.
Além do bom desempenho no semestre, o Espírito Santo também se destacou no cenário nacional. Em junho de 2025, o Estado apresentou o maior crescimento da produção industrial do país em relação ao mesmo mês de 2024, com alta de 17,4%. O indicador foi puxado pela expansão da indústria extrativa (28,3%).
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“Tivemos um primeiro semestre positivo para o Espírito Santo. Mesmo diante de um ambiente econômico desafiador, com juros e inflação elevados e incertezas no comércio global, conseguimos avançar. O setor industrial capixaba é resiliente e extremamente importante para o desenvolvimento socioeconômico do Estado”, afirma o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Paulo Baraona.
O bom desempenho do primeiro semestre de 2025 reflete a recuperação da indústria extrativa (4,3%), puxada pela maior produção de pelotas de minério. Já na indústria de transformação, os números positivos foram registrados na metalurgia (+5,3%), com aumento na produção de bobina a quente, e na atividade de papel e celulose (+0,9%).
Já fabricação de produtos alimentícios contraiu 3,0% e fabricação de produtos de minerais não-metálicos teve queda de 4,8%. “Esse desempenho na produção de alimentos e bebidas foi pressionado pela menor produção de bombons e chocolates com cacau, açúcar cristal e leite esterilizado. Já no de minerais não-metálicos, o resultado foi influenciado pela menor produção de granito talhado e pedras de construção trabalhadas”, apontou a economia-chefe da Findes e gerente executiva do Observatório Findes, Marília Silva.

ES no topo do ranking nacional
Na comparação entre junho 2025 e junho de 2024, a produção industrial capixaba avançou 17,4%. Este foi o melhor desempenho entre os estados pesquisados pelo IBGE. Além disso, esse é o segundo mês consecutivo que o Espírito Santo registrou crescimento na variação interanual (comparação com o mesmo mês do ano anterior), já que em maio teve alta de 23,9%.
O resultado de junho se deve pelos resultados positivos da indústria extrativa (28,3%), que teve crescimento nas produções de minério de ferro pelotizado, petróleo e gás natural. Entre os segmentos da indústria de transformação, a metalurgia se destacou com alta de 6,3%, impulsionada pela maior produção de bobinas a quente.
Ranking de crescimento industrial em junho (2025 x 2024):
- Espírito Santo (+17,4%)
- Pernambuco (+7,6%)
- Amazonas (+7,2%)
- Rio de Janeiro (+6,8%)
- Minas Gerais (+3%)
Juros altos e tarifas externas: cenário político e econômico desafiador
O primeiro semestre de 2025 foi marcado por inflação elevada, juros altos e valorização cambial parcial. Em junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) surpreendeu ao elevar a taxa Selic para 15% ao ano, o maior patamar desde 2006. Essa decisão indica a intenção de manter uma política monetária restritiva por mais tempo, com o objetivo de conter a inflação.
No cenário internacional, a imposição de tarifas adicionais de 40% sobre produtos brasileiros pelo governo dos EUA, vigente desde agosto, impactam o setor produtivo. Apesar da isenção de 694 itens, os impactos são significativos, já que os Estados Unidos representam 12% das exportações brasileiras e 28,6% das capixabas.
O presidente da Findes, Paulo Baraona, comenta que o cenário mundial, que começou a gerar incertezas em meados de junho, vem deixando os industriais em alerta para o que virá ao longo dos próximos meses. “O Espírito Santo vem sendo um dos estados mais afetados com a taxação dos EUA em 50% sobre produtos brasileiros, que começou na última quarta-feira (06). Estamos em busca de soluções para reduzir as perdas que podem surgir. Acreditamos que a busca por novos mercados seja um importante caminho a ser seguido pelas empresas exportadores para enfrentar a atual situação. Estamos falando em diversificar a nossa pauta de exportação”, afirma.
Baraona complemente que a área de internacionalização e negócios da Federação vem realizando, ao longo do ano, diversas missões empresariais em busca de novos mercados e da ampliação da participação de indústrias capixabas em outros. “Além disso, continuamos dando assistência às empresas para que possam adaptar ou remodelar seus produtos de olho no mercado de cada país”, afirma.
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