Terrorismo urbano no ES: deputado propõe rediscutir redução da maioridade penal
Presidente da Ales propõe rediscutir redução da maioridade penal com seriedade e responsabilidade
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As ações do crime organizado no Estado envolvendo menores foram temas de forte discurso do presidente da Assembleia Legislativa (Ales), deputado Marcelo Santos (União), no começo da sessão ordinária desta terça-feira (12). Lembrando e lamentando o tiroteio no último sábado em Vila Velha, que vitimou a adolescente de 15 anos, Sophia Vial da Silva, e a manicure Andrezza Conceição, de 31, Marcelo cobrou postura do Congresso Nacional para resolver pautas arrastadas como a redução da maioridade penal.
“Não podemos admitir que a apreensão de um fuzil seja um crime comum. Não podemos admitir mais que o cidadão atire sem ter nenhum alvo específico e alcance dois adolescentes, eles vêm a óbito, e a gente ache que isso é um crime comum, e não é. Nós não podemos admitir que coloquem fogo em ônibus que transporta nossos cidadãos e trabalhadores e achar isso crime comum”, criticou.
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Para o parlamentar, a classe política precisa tratar do assunto “com muita seriedade e responsabilidade”, porque na maioria das vezes o tema é tratado apenas da tribuna da Câmara Federal, palco competente ao problema social. O presidente da Ales acusou que as ações são terroristas, “não é mais uma ação criminosa qualquer”.
Em seu discurso, Marcelo Santos cobrou diálogo dos parlamentares de ambas as Casas do Congresso para aprovar matérias como a redução da maioridade penal.“Não dá para reduzir a maioridade penal só discutindo da tribuna da Câmara e do Senado e ficar gravando vídeo para rede social. Tem que dialogar, discutir, chamar governadores, secretários de Segurança Pública(…). Não podemos admitir mais de 90 ônibus foram colocado fogo aqui no ES e ser tratado como crime comum, isso é terrorismo”, reforçou.
Continuando a reflexão, apontou que o Brasil “necessita” construir diálogo para um modelo que o mundo inteiro atua, abandonando uma “legislação completamente atrasada que garante mais benefícios para quem comete crime do que à vítima”. A inversão de papéis, considerou Marcelo, “não dá mais, quem deveria discutir, não discute”. Citando o caso de Vila Velha, lamentou que “a única resposta que será dada para a mãe será a certidão de óbito”.
Endosso
O discurso do presidente da Ales foi apoiado por diversos outros deputados. Delegado Danilo Bahiense (PL) pediu maior repressão e redução da maioridade penal. Já Pablo Muribeca (Republicanos) afirmou que casos como o de Viva Velha vêm acontecendo em vários estados do país. “Nós precisamos de leis mais severas. Leis que alcancem o direito do trabalhador que sai cedo e que entenda que se algum crime for praticado o estado irá alcança-lo”.
O parlamentar Lucas Polese (PL) concordou da importância de cobrar o Poder Legislativo Federal, mas incluiu ainda os outros Poderes. “Chegamos neste estado de calamidade porque os três Poderes têm sido lenientes com o crime organizado em nosso país”.
Já Coronel Weliton (PRD) lembrou que segurança pública é uma das prioridades eleitas pela comunidade brasileira como políticas públicas. “Em primeiro lugar está segurança, a qual transversalmente todas as outras políticas dependem de harmonia, da possibilidade das pessoas transitarem na rua, exercerem suas atividades privadas”, opinou.
A indignação diante do crime relacionado ao tráfico, ocorrido no último final de semana, também foi demonstrada pelo deputado Engenheiro José Esmeraldo (PDT). “Quero dizer com todas as letras, isso é terrorismo. Não pode ser tratado como crime comum. (…) não podemos assistir passivamente criminosos tocando o terror em nossas cidades, usando armas de grosso calibre, desafiando autoridades e pior destruindo sonhos e famílias.”
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