Como a internet afeta a infância: desafios da adultização e da saúde mental

Viva Vida

em 22 de ago de 2025, às 12h37

Como a internet afeta a infância: desafios da adultização e da saúde mental

No podcast de 21/8/2025, dialogamos com a Dra. Débora Senna, psicóloga especialista em saúde mental infantil. No programa, focou-se como a discussão sobre os riscos da internet no processo de adultização infantil ganhou força no Brasil após a aprovação do projeto de lei que cria novas regras de proteção digital. A proposta, já chamada de “ECA Digital”, busca limitar a exposição de crianças e adolescentes a conteúdos nocivos, como pornografia, bullying e estímulo ao suicídio. A medida reacende o debate sobre a adultização precoce, fenômeno em que meninos e meninas assumem papéis ou comportamentos típicos de adultos antes do tempo.

A Dra. Senna, além de orientar e de esclarecer pontos polêmicos, citou os seguintes livros para subsidiar pais e educadores: Geração ansiosa, de Jonathan Haidt; A ensandecida geração do like, de Felipe Dairot e Guardiões da infância, de Flávia Luz Vaz.

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Adultização infantil e seus problemas futuros

Alimentada pelas redes sociais, a adultização infantil afeta diretamente a saúde mental das crianças. Estudos apontam impactos no desenvolvimento emocional, social e até físico, uma vez que a pressão para se adequar a padrões de comportamento adulto pode gerar ansiedade, baixa autoestima e isolamento. Além disso, algoritmos de plataformas digitais frequentemente direcionam conteúdos inapropriados para esse público, o que aumenta os riscos.

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Especialistas em saúde mental alertam que a prevenção deve começar em casa, com acompanhamento próximo dos pais e diálogo aberto sobre o uso das redes. A responsabilidade parental é básica. A escola também desempenha papel fundamental ao ensinar práticas de uso consciente da internet e estimular a resiliência digital desde cedo.

A investigação recente do influenciador Felca sobre o tema trouxe ainda mais visibilidade ao problema. Ao traduzir a adultização em linguagem acessível, ele aproximou o debate da sociedade, reforçando a urgência de medidas práticas. Assim, o desafio não está apenas em criar leis, mas em unir famílias, escolas e plataformas digitais para garantir que a infância seja preservada.

A psicóloga reiterou que os pais devem assumir seus papéis de orientadores e protetores equilibrados, exercendo a responsabilidade parental. Crianças e adolescentes precisam de limites e de diálogos pautados, principalmente, na sensatez.