Sul foi a região que registrou menos assassinatos nos três últimos meses no ES
A região representa menos de 10% dos assasinatos do Estado e tem as cidades que estão há mais tempo sem homicídios
A região Sul do Espírito Santo teve nos meses de junho, julho e agosto o menor índice de homicídios dolosos dentre as cinco regiões capixabas.
Segundo dados da Secretaria de Estado e Segurança Pública (Sesp), nove assassinatos aconteceram em junho. O mês de julho teve um homicídio e outras quatro pessoas foram assassinadas em agosto, na região Sul.
O único caso de homicídio de julho foi na zona rural de Itapemirim. Já as ocorrências de agosto foram na cidade de Castelo, no dia 17 e em Cachoeiro do Itapemirim, nos dias 12 e 28.
Relembre os caso de julho e agosto no Sul:
Homem é morto a tiros em estrada de chão no interior de Itapemirim
Um homem é morto e outro fica ferido em confusão em Castelo
Dois homens são assassinados a tiros no mesmo bairro, em Cachoeiro
Homem é morto a tiros dentro de veículo no Alto Amarelo, em Cachoeiro
Assassinatos no Espírito Santo em agosto
Junho | Julho | Agosto | |
Metropolitana | 30 | 33 | 33 |
Norte | 19 | 12 | 10 |
Noroeste | 06 | 14 | 07 |
Serrana | 07 | 03 | 06 |
Sul | 09 | 01 | 04 |
Mortes violentas em 2023
Entre janeiro e agosto deste ano foram registrados 59 assassinatos no Sul do Espírito Santo. Do total de vítimas, seis eram mulheres e pelo menos três dessas mortes são caracterizadas como Feminicídio.
Os registros apontam que houve redução de 1,7%, no número de assassinatos nos municípios da região. Nessa mesma altura de 2022, que terminou com 109 mortes, 60 pessoas haviam sido mortas.
O Secretário de Segurança Pública, Alexandre Ramalho, espera que esse ritmo de redução no número de assassinatos se mantenha e destacou os resultados do Sul.
“Esse resultado do Sul deve ser muito valorizado. Temos um trabalho intenso de operações e integração entre a PM e a Polícia Civil, com nosso delegado Faustino e o coronel Fabrício. Temos redução importante na região e mostra também a redução da mortalidade violenta no Estado. Isso é fruto de todo o empenho das forças de segurança e do monitoramento dentro do programa Estado Presente. Esperamos que continuemos nesse ritmo, de preservação de vidas, além do aumento da sensação de segurança da nossa população”, comentou.
Comparação com 2022
A Região Metropolitana registrou 300 mortes até agosto, 55 a menos que no mesmo recorte de 2022, significando uma redução de 15,5%. A região Norte teve redução de 3,6%, caindo de 138 para 133 mortes.
A região Noroeste com 101 assassinatos, 30 mais que entre janeiro e agosto de 2022, teve o maior aumento percentual, com 44% de diferença.
Em segundo lugar no aumento de homicídios, vem a região Serrana, com 40 mortes. São duas a mais que até agosto do ano passado, o que representa alta de 5,3%.
JAN | FEV | MAR | ABR | MAI | JUN | JUL | AGO | 2023 | |
Metropolitana | 51 | 40 | 39 | 39 | 35 | 30 | 33 | 33 | 300 |
Norte | 16 | 13 | 27 | 17 | 19 | 19 | 12 | 10 | 133 |
Noroeste | 14 | 18 | 17 | 16 | 9 | 6 | 14 | 7 | 101 |
Serrana | 3 | 5 | 6 | 6 | 4 | 7 | 3 | 6 | 40 |
Sul | 12 | 8 | 9 | 5 | 11 | 9 | 4 | 4 | 59 |
633 |
Assassinatos na região Sul em 2023
Janeiro foi o mês mais violento de 2023 no Sul do Espírito Santo, com 12 mortes. Julho teve uma morte registrada.
JAN | FEV | MAR | ABR | MAI | JUN | JUL | AGO | 2023 |
12 | 8 | 9 | 5 | 11 | 9 | 1 | 4 | 59 |
Segunda-feira é o dia mais violento no Sul
Segunda-feira foi o dia mais perigoso de 2023 no Sul do Estado, registrando 16 mortes. O segundo dia da semana com mais mortes violentas é sexta-feira, com 10 assassinatos.
No Estado, domingo é o dia em que ocorrem mais homicídios, foram 143. Nos sábados foram 108 vítimas, de um total de 633 mortes.
Nas demais regiões, o maior número de ocorrências também varia entre o sábado e o domingo.
Sul representa menos de 10% dos assassinatos do Estado
No Espírito Santo, dados da Secretaria de Estado e Segurança Pública (Sesp) apontam que houve redução de 4,2% no número de homicídios. Foram 28 homicídios a menos que no mesmo período de 2022.
Entre janeiro e agosto de 2023, 633 pessoas foram assassinadas no Estado, contra 661 dos oito meses do ano anterior.
O número da região Sul corresponde a 9,47% do total de mortes no Estado em 2023. Foram 59 pessoas mortas no Sul do Estado até agosto, o que corresponde à redução de 1,7%, no número de assassinatos. Em 2022, haviam sido 60.
Em 2023, o município mais violento do Sul do Espírito Santo foi Cachoeiro do Itapemirim, com 21 mortes, seguida de Itapemirim com sete e Marataízes com seis homicídios.
Assassinatos no Sul do Estado até agosto
Cachoeiro do Itapemirim | 21 |
Itapemirim | 7 |
Marataízes | 6 |
Castelo | 4 |
Jerônimo Monteiro | 3 |
Alegre | 3 |
Guaçuí | 2 |
Presidente Kennedy | 2 |
Vargem Alta | 2 |
Mimoso | 2 |
Rio Novo do Sul | 1 |
Cidades há mais tempo sem homicídios no ES são do Sul
Diante dessa redução no índice de assassinatos no Sul do Estado, alguns municípios se mantiveram sem apresentar registros de morte violenta.
São o caso das cidade de São José do Calçado, que apresentou seu último caso de homicídios em janeiro de 2021, Muqui teve o último homicídio registrado em julho de 2021 e Divino São Lourenço, agosto de 2021.
Apiacá é o município que leva maior vantagem nesse sentido, com o último registro de homicídio em maio de 2020, quando um homem de 62 anos foi encontrado morto por familiares.
As investigações a apontaram que o autor, de 63 anos era amigo da vítima e a motivação para o homicídio qualificado teria sido uma discussão de bar. Uma testemunha afirmou que o investigado teria confessado que brigou com a vítima e, posteriormente, foi até a casa dele e o atingiu com uma cavadeira na cabeça. Ele foi preso no mês seguinte.
No Estado, o município que está a mais tempo sem casos de assassinato é Ponto Belo, na região norte. O registro é de 25 de março de 2017.
“A união da população garante uma maior segurança”, diz especialista
Para o especialista em Segurança Pública, Rusley Medeiros, o fortalecimento do crime organizado está mudando a realidade da segurança em muitas cidades do interior. Ele acredita que investimentos no efetivo policial, reforçado pela união da população e uma proximidade com os órgãos locais de segurança podem poupar a população dos efeitos dos avanços da criminalidade.
“A coesão social, ou seja, a união da população de determinada Cidade garante uma maior segurança, pois qualquer situação diferente já é percebida e, com isso, há uma comunicação mais efetiva com os órgãos policiais. Além disso, o fortalecimento das Guardas Civis em Cidades do interior também garantem maior segurança e efetividade das ações preventivas nas Cidades”, comentou.
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