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Política

Fim do pedágio na Rodosol entra na pauta de discussões do Legislativo

Os deputados receberam o presidente do Conselho Interativo de Segurança e Defesa Social da Região Norte de Guarapari, Mário Lúcio Santos Lopes

Por Redação

5 mins de leitura

em 06 de dez de 2023, às 17h36

Foto: Lucas S. Costa
Foto: Lucas S. Costa

O fim da cobrança de pedágio na Rodosol, dentro do município de Guarapari, foi tema de destaque durante a Tribuna Popular, na sessão ordinária desta quarta-feira (6). Os deputados receberam o presidente do Conselho Interativo de Segurança e Defesa Social da Região Norte de Guarapari, Mário Lúcio Santos Lopes, que falou sobre o assunto a convite do deputado Zé Preto (PL).

“O pedágio deveria ter o seu contrato encerrado agora no dia 22 de dezembro. Esse contrato, quando feito, a sociedade civil organizada não foi ouvida. Ele foi instalado de forma muito equivocada, dentro do município de Guarapari. Ele dividiu o município. Hoje existe uma população do entorno desse pedágio que sofre todas as mazelas que esse pedágio traz”, apontou.

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Recentemente foi rejeitada, na Assembleia Legislativa, uma emenda do deputado Gandini (Cidadania) ao Projeto de Lei Complementar (PLC) 51/2023, solicitando a extinção da cobrança. “Alguns deputados que votaram a favor dessa manutenção do pedágio, eles só se equivocaram ao não ouvir a vontade popular de Guarapari, que é quem principalmente sofre com a instalação desse pedágio dentro do próprio município”, afirmou Mário Lúcio.

O convidado listou alguns dos malefícios causados pela cobrança: “De ordem social, familiar e até de cidadania. Muitos moradores que ali moram, quando precisam se deslocar ao centro de Guarapari, eles têm que pagar R$ 12,60 por cada passagem. Os trabalhadores da construção civil, principalmente, que executam serviço dentro do município de Guarapari, também têm que pagar todos os dias esse pedágio”, lamentou.

O convidado afirmou que a tarifa é um atraso para o desenvolvimento da região. “Eu tenho absoluta certeza de que os deputados que aqui votaram a favor da manutenção não tinham conhecimento dessas mazelas. E nós podemos rever isso. (…) É uma barreira para o crescimento da Região Norte de Guarapari”, disse.

Justificativas do governo

O líder comunitário não concorda com os alegações do governo para a manutenção da cobrança. “O governo justifica manter o pedágio utilizando a argumentação do serviço de ambulância, do serviço de videomonitoramento e o serviço de guincho, que englobando tudo é o Serviço de Atendimento ao Usuário. (…) Eu quero dizer que essas três justificativas que o secretariado tem colocado para a sociedade e que a imprensa tem divulgado insistentemente essa situação, que eles estão equivocados”, opinou.

“Recentemente o governo gastou milhões com o ‘Cerco Inteligente’. Em todas as rodovias estaduais foram colocadas câmeras de altíssima tecnologia, um instrumento de excelência, que pode muito bem atender as necessidades da Rodosol. E também a questão das ambulâncias, nenhum sinistro grave deixou de ser atendido pelo Samu ou pelo Corpo de Bombeiros”, ponderou.

“O interesse público primário de Guarapari não aceita o pedágio na Rodosol. Nós queremos pedágio zero. E o interesse público, quando provocado, não dá essa oportunidade do governante, do gestor, seja ele prefeito, governador, presidente da República, ele não tem a discricionariedade de dizer se vai ou não fazer. Ele é obrigado a fazer. Isso é uma demanda do interesse público. É a soberania do interesse público”, concluiu o convidado.

Proponente da pauta, o deputado Zé Preto disse concordar com o fim da tarifa e cobrou uma resposta do governo. “Eu tenho certeza de que o governador vai nos dar uma resposta, os deputados estão cobrando. (…) Uma área tão bonita, na saída de Setiba. Lugar bom pra fazer galpão, pra instalar indústrias, empresas, mas aí você esbarra no pedágio, o pedágio mais caro do Brasil. Indo e vindo, pelo tamanho, pela dimensão, é o pedágio mais caro do Brasil, sem sombra de dúvidas”, disse o parlamentar.

“Aquela região passou a ser muito carente. O pedágio regrediu o progresso, se tornou um bairro muito carente, muito humilde, com muita deficiência, com investimento em infraestrutura zero por parte do município. Sequer tem água da Cesan lá, a água lá é de uma segunda via, de uma empresa que presta serviço lá, com uma água de péssima qualidade”, apontou Zé Preto.

Para o autor de emenda pelo fim do pedágio, não há motivo para a manutenção da tarifa. “É simplesmente manutenção, como o governo faz em todas as outras vias do estado. Não tem justificativa para esse pedágio continuar. Essa é a lógica que a gente está se baseando para que a gente tenha o pedágio zero. (…) Eu acho que a gente tem que acionar qualquer instância que for necessária, até porque não tem previsão de nenhum investimento”, avaliou.

“Me juntei ao movimento por acreditar que, de fato, a gente precisa que, nesse momento, não tenhamos pedágio. Se for discutido algo no futuro, de investimento, tem que ouvir a população. (…) Não dá pra fazer esse movimento de continuar o pedágio sem ouvir a população”, finalizou Gandini.

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