Autonomia para gestante no parto é aprovada no Espírito Santo
Iniciativa que trata dos direitos da mulher no parto foi aprovada com emenda assegurando respeito ao protagonismo da parturiente no momento de dar à luz

Os deputados aprovaram, com emendas, o Projeto de Lei (PL) 118/2023, de Callegari (PL), que trata dos direitos da gestante durante o parto. Em anexo tramitou o PL 234/2023, de Camila Valadão (Psol), que versa sobre tema semelhante. A matéria foi acatada na primeira sessão ordinária realizada nesta segunda-feira (8) na Assembleia Legislativa (Ales).
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiA proposição já havia recebido parecer favorável nas comissões de Justiça (onde recebeu emendas), Direitos Humanos, Saúde e Finanças. A iniciativa retornou ao colegiado de Saúde para análise das emendas. O deputado Pablo Muribeca (Republicanos) foi o relator e emitiu parecer favorável sobre as emendas, sendo acompanhado pelos membros do colegiado e depois pelo Plenário da Casa. Por conta das emendas, a proposta passou mais uma vez por Justiça e pelo conjunto dos parlamentares para aprovação da redação final.
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As emendas alteram o termo “cesariana” por “parto adequado” no artigo 1º, eliminam os dois parágrafos existentes e criam parágrafo único, conceituando o termo “parto adequado”, definido como “constituído pelo respeito ao protagonismo da mulher e às práticas comprovadamente recomendadas baseadas em evidências científicas atualizadas”.
Também acrescentam mais dois incisos ao artigo 13, que aborda a qualificação da violência obstétrica. Dessa forma, ficam incluídos nesta lista a negativa de cirurgia cesariana intraparto e impedir a livre movimentação e livre dieta da parturiente.
Por fim, houve a inserção do artigo 16-A, determinando que todos os estabelecimentos de saúde de atendimento a gestantes e parturientes deverão expor cartazes informando sobre a existência da possível norma. Tais cartazes terão que estar em locais visíveis ao público em geral, preferencialmente, nas recepções dos estabelecimentos, com linguagem simples e acessível.
Após a aprovação definitiva, Callegari fez a justificativa de voto. Ele falou que elaborou o projeto em conjunto com integrantes da Comissão de Direito Médico da OAB-ES, do Ministério Público (MPES), do Conselho Regional de Medicina (CRM-ES) e da Associação de Doulas do Espírito Santo.
“É um dia feliz para as gestantes do Espírito Santo. (…) É o PL da vida, que visa responder uma situação concreta, real, que ocorre diariamente nos hospitais, que é a violência obstétrica. Não porque tem violência do obstetra contra a mulher, mas do ambiente hospitalar, onde muitas vezes todos são ouvidos, menos a mãe, que é quem deveria ter sua vontade ouvida”, disse.